DISSABORES
Fecho os olhos e posso ouvir teu grito
A ainda sinto as dores
Sem disfarçar, o pranto que criaste em mim
Insiste, ainda, em apagar meus olhos
Brotando de um profundo leito de miséria e dissabores
Sinto as lágrimas pela vergonha das dores
Das marcas no corpo que faço secretas
Das sombras, dos horrores
Que assombram ao redor afastando novos amores
Sinto embaraço no olhar perdido
Pelo fel das palavras envenenando a boca
e digerindo o fim nesse pranto contido
Antes fosse tudo, apenas mentiras
De uma madrugada tão louca