RÉPTIL DO DESERTO

Ás veses, pois, que,

Nas dificuldades minhas,

Pareço-me, tal qual

Réptil que rasteja

No deserto árido

Em suas quentes areias...

Pra suportá-las, submeto-me

A suspender um pé e outro,

Não dando tempo a queimá-los,

Em borbulhas dolóricas...

Durante o meu dia

É o calor intenso

Que me assola e me fere,

E à noite, é o frio imenso,

Que congela até a alma

Deste caminhante desertino...

Vez em quando, se alivia

Minha situação dificulta,

Quando encontro um oásis verídico,

Sem ser-me miragem

Aos olhos de minha realidade...

E aí descanso-me,

Renovo as esperanças de,

Novamente, no deserto

De minha vida infinda

Rastejar, tal qual réptil,

Em busca de sombra e água, frescas,

Que o deserto, teimosamente,

Não fornece a réptil qualquer...

Josea de Paula
Enviado por Josea de Paula em 25/07/2009
Código do texto: T1718265
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