Sina do perdão

Não tenho nada a declarar

Sopra o vento da morte e o silencio

E se morro nessa vida é por amar além da conta

Quem ama e enxerga os olhos não tem nesse mundo paz

Sofri por amor mais que demais

Sofro pelas insinuações dos pensamentos

Tão claras em mim e em ti...

Sofro dos vermes corroendo as carnes humanas

Tanto desencontro no seio dessa terra de encontros

Se espera encontrar em algum lugar compreensão

Conforme-se com a sina do perdão

Nesses barrancos de terra humida luto pra escalar

Mas minhas mãos secam no ato de escavar e ranger e escorregar

Do barro saem as faces escondidas e mergulho

Sinto o frio lamacento da ilusão de não sozinho estar

Pois estamos tão preocupados em não admitir nossos absurdos

Que vivemos a procura da loucura pra nos desmascarar

O resto... é calar...

Don Dantexote
Enviado por Don Dantexote em 20/07/2009
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