Sina do perdão
Não tenho nada a declarar
Sopra o vento da morte e o silencio
E se morro nessa vida é por amar além da conta
Quem ama e enxerga os olhos não tem nesse mundo paz
Sofri por amor mais que demais
Sofro pelas insinuações dos pensamentos
Tão claras em mim e em ti...
Sofro dos vermes corroendo as carnes humanas
Tanto desencontro no seio dessa terra de encontros
Se espera encontrar em algum lugar compreensão
Conforme-se com a sina do perdão
Nesses barrancos de terra humida luto pra escalar
Mas minhas mãos secam no ato de escavar e ranger e escorregar
Do barro saem as faces escondidas e mergulho
Sinto o frio lamacento da ilusão de não sozinho estar
Pois estamos tão preocupados em não admitir nossos absurdos
Que vivemos a procura da loucura pra nos desmascarar
O resto... é calar...