A MUSA NA BANHEIRA
A MUSA NA BANHEIRA
Sonia Barbosa Baptista
Queria ser a musa dos seus dias
Deitada numa banheira de pétalas
Com espuma e água de cheiro
Banhar-me ao som de violino
Olhando ansiosa para a porta
Esperando ver você chegar...
O relógio no seu tic-tac...
Marca o tempo sem parar
Parece que estava de molho
Com a pele começando a enrugar
De tanto tempo dentro da água
Sozinha e perfumada ...
Ameaço a levantar, sair da banheira
Ouço a maçaneta e a porta se abrir
Afundo e me escondo dele...
Que entra no chuveiro com outra
Ela oferece a toalha pra ele se enxugar...
Quase me afogo, mergulhada
Saio, me visto e vou-me embora batendo a porta.
17/07/2009