No Abismo
Mais um passo
Agarrada na lembrança daquela noite
Refaço o trajeto e invento pretextos para ficar.
Mais um ato
Desta vez resta apenas esperança
Solto a corda e fico brincando de equilibrista
Mais uma palavra
Empolgada penso que sou malabarista
Escorrego à frente e ouço o crepitar das pedras
Mais um gesto
Desta vez resta apenas a visão do abismo
Mais nada para se apegar
Do gosto da dança
Ao amargo desgosto
Da pessoa amar
E “desamar”
Mal ditas palavras
Malditas
Que fizeram do abismo a salvação
Trouxeram na memória lembranças
Da relação condenada
Da pele queimada
Da respiração ofegante
Mais um passo
É melhor pular...