Dois homens
Um copo de loira gelada,
suficiente para gelar-nos,
trazer tanta dor,
minar um grande amor.
Um dia, me beija e me ama,
n'outro, me odeia e engana-me;
dois homens em um:
um, morre por mim,
o outro, mata-me assim...
Um, quer dar-me à lua,
o outro, a rua...
Um, preenche-me a alma,
o outro, rouba-me a calma...
Na boca que um dia teve mel,
noutras, provei o gosto do fel;
destilado de cicuta que matou-nos;
corroeu o melhor dos homens
que nele habitava.
Dos goles de veneno gelado,
sorvi gota-a-gota de tua boca,
fiquei zonza, de ressaca, quase louca;
perdi o prumo e o rumo...
Um copo de loira gelada,
pedaços de vida na calçada
sonhos estraçalhados,
restos de teu tóxico em mim!
( Diga não, ao alcoolismo)!
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