O VELHO...
Perdeu seu rumo, e os sentidos.
Perdeu também sua razão
Faltava ao velho a alegria
A sua casa, o seu sertão
O velho não tinha medo
Não tinha nada o porque chorar
E quando às vezes isso fazia
Soava o canto a amargurar
Da noite fria, só sofrimento
Perdera esposa, perdera filhos
Perdera tempo a cada momento
Como agüentava tanto tormento?
Não lia, nem escrevia
Somente os olhos sempre a fitar
Amargas curvas de hipocrisia
De vida triste a lhe maltratar
O velho, mesmo tão frágil
Encontrava dentro da alma
A busca, o afago, o alento
Da esperança que traz a calma
O velho era só tormento.