O VELHO...

Perdeu seu rumo, e os sentidos.

Perdeu também sua razão

Faltava ao velho a alegria

A sua casa, o seu sertão

O velho não tinha medo

Não tinha nada o porque chorar

E quando às vezes isso fazia

Soava o canto a amargurar

Da noite fria, só sofrimento

Perdera esposa, perdera filhos

Perdera tempo a cada momento

Como agüentava tanto tormento?

Não lia, nem escrevia

Somente os olhos sempre a fitar

Amargas curvas de hipocrisia

De vida triste a lhe maltratar

O velho, mesmo tão frágil

Encontrava dentro da alma

A busca, o afago, o alento

Da esperança que traz a calma

O velho era só tormento.

O Guardião
Enviado por O Guardião em 02/06/2006
Reeditado em 31/08/2006
Código do texto: T167868