"De tanto ver triunfar as nulidades,  de tanto ver prosperar a desonra, 
    de tanto ver crescer a injustiça,  de tanto ver agigantarem-se 
    os poderes nas mãos dos maus,   o homem chega a desanimar da virtude,
    a rir-se da honra,  a ter vergonha de ser honesto"     RUY BARBOSA
      
ALERTA AOS TOLOS !!

Amedronta-me o grito primal das gargantas incandescidas
Quando jorrar cizânias nas almas vergastadas de descrença
Campos férteis onde os mouros brandem suas espadas
Onde a impunidade se impôs em névoas de mórbida turbidez

Estarrece-me, a audácia dos donatários do poder
Que se fecham na sua corte abominável
Escudado na defesa de princípios sempre ausentes
Dos seus mundos de mentiras e desfaçatez

Aonde perdemos os ecos da “Oração aos moços”
Por onde Ruy Barbosa pregou a fé na cidadania?
As janelas que dão para a verdade estão trancadas
Escancaradas estão as da mentira e da sordidez

Porque aqui desprezada vives, oh probidade?
Perdida na neblina densa dos disfarces
Onde mestres do ilusionismo a todos arrebatam
A provar que o mal feito, nunca se fez

Oh! ética morta!! Oh princípios escarnecidos!
Oh! verdades seviciadas e brutalmente torcidas
Oh! tecidos apodrecidos da justiça humana
Porque cobrem as chagas de tanta insensatez?

Oh! Brasil, terra que ensinei meus filhos a amar
Porque se deixa conduzir-se pelos leprosos morais?
Que teimam dançar sobre nossas esperanças
Descaso que tinge de ódio, a nossa viuvez

Devolvam-nos a dignidade, à mão grande roubada
Que descaminhou a fé nos corações dos jovens
Rui-lhes as consciências, apagou-lhes as virtudes
Ao ver prosperar a silenciosa morte da honradez

Não usem, miseráveis, as nossas crenças
Para forrar a cama onde fornicam com a vileza
Pois nos fere a alma de morte, o hediondo desaforo
De achar-nos reféns de nossa própria estupidez

Clamo os jovens que despertem na noite funda
A consciência amortecida no lixo do enxovalho
Rogo que os céu enviem a luz que os despertem
Para que mostrem aos ímpios a sua pequenez

Alerto-vos, tolos, que a tolerância já está rompida
No desvario da indignação absurdamente injuriada
E... quando o marrom da terra cobrir os ares
Nada nos deterá e a sede bruta, será embriaguês!!
Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 21/06/2009
Reeditado em 16/01/2011
Código do texto: T1659639
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