Ras'punho
Poderei eu rascunhar a faca
dez mil vezes faísca em versos
para um bilhão de manhãs.
Poderei eu recriar novamente a maquina
de fazer nada para novas constelações.
Sim, tudo isso eu posso.
Mas,
sinceramente.
Eu interrompi o rio que me cortava,
e as velhas brisas não ventilam mais
lamentam-se nos cantos empoeirados.
Como se a função do ventilador fosse refrescar paranóias.
Eu também deixei
o tempo modelar cores.
Por a mão no destino
requer amputamento.
Deixei de morrer, caros amigos.
Aí acordo com os diabos
todos de uma só vez.
Choro chuveiros,
sorrio silêncios
falo ninguém.
Só.
Deus nos desenha.