Ras'punho

Poderei eu rascunhar a faca

dez mil vezes faísca em versos

para um bilhão de manhãs.

Poderei eu recriar novamente a maquina

de fazer nada para novas constelações.

Sim, tudo isso eu posso.

Mas,

sinceramente.

Eu interrompi o rio que me cortava,

e as velhas brisas não ventilam mais

lamentam-se nos cantos empoeirados.

Como se a função do ventilador fosse refrescar paranóias.

Eu também deixei

o tempo modelar cores.

Por a mão no destino

requer amputamento.

Deixei de morrer, caros amigos.

Aí acordo com os diabos

todos de uma só vez.

Choro chuveiros,

sorrio silêncios

falo ninguém.

Só.

Deus nos desenha.

Aldemir Suco
Enviado por Aldemir Suco em 19/06/2009
Código do texto: T1657376
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