FRUTO DA SOCIEDADE

Encolhido

No jardim

Perdido

Sem carinho

Um corpo

Adormecido

Sem pouse

Chega ao fim.

A policia

Na sua cantiga

Em pleno dia

Chama a técnica

Que revira

O corpo frio

Do mendigo

Morto sem família.

A grama amortecida

Chora sem modéstia

A perda de uma vida

Da sociedade esquecida.

Foto aqui ali

Do corpo sem sentido

Daquele ente e filho

Do destino

Morando no frio

Das ruas daqui

Que deitou

Congelou

Na noite sem estrela

Da cidade sem eira

Impoluta na beleza

Que destrata

Seus filhos

Sem bandeira

Sem lar

Abandonados

Pelos homens

Frutos da sociedade.

Luiz gonzaga bezerra