Desencanto

Impossível conter
a liberação dos rancores
que estavam estagnados.
O coração constrangeu-se
tamanha a sua quantidade e veneno.
Uma dor no peito pareceu-lhe
estocada pontiaguda da opressão da alma.
Confundia-se com o conceito de felicidade,
entorpecia-se com a tristeza.
A necessidade de estabilidade
na vida cotidiana, imobilizava o espírito.
Na busca de compreender o que ocorria,
fazia-se de objeto de estudo.
Com uma frieza de cirurgião
tentava descobrir o que fato ia dentro de si.
Uma certa crueldade com os sentimentos,
mas necessária ao pensamento.
E meio que atordoado
descobrindo a vulnerabilidade
resultante das suas carências.
Decidindo de forma miliciana
relegar a necessidade de afeto
a segundo plano.
Combatendo sua suposta fraqueza
com a disciplina do soldado em batalha.
Sentindo que seu ser clama
por urgente ajuda,
mas optando pela força da solidão.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 18/06/2009
Reeditado em 19/06/2009
Código do texto: T1655425
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