Ele é IMOR(T)AL
Ele é IMOR(T)AL!
De Alex Solomon - junho/2009
Entre sujos, indecentes brilha forte um pop-star
Senador, ex-presidente - o famoso Ribamar
Seu currículo impressiona - um orgulho da nação
Cometeu uns pecadilhos, mas faz jus ao perdão.
Nomeou alguns parentes. E daí, qual é o mal?
Calem-se os que criticam esse nosso imortal.
Recebeu em sua conta um dinheiro indevido?
Ora, ele é inocente, claro, por não ter sabido.
Não é justo profanarmos esse ser imaculado.
Quem denigre-lhe a figura enlameia o Senado.
Puro golpe das elites, da imprensa alcoviteira.
Lula logo esclarece: Isso não foi bandalheira.
Disse o guia luminoso: - Pelo tudo que eu sei
Não nasceu outro prodígio semelhante ao Sarney.
Uma linda trajetória, ele opôs-se ao terror.
Lula apenas fez ressalva: Eu ainda sou melhor!
Depois desta pérola, me permito completar com o modesto resumo abaixo.
Senado sen(t)ado.
Na verdade ele deveria estar de joelhos. Pedindo perdão à nação, cujos habitantes trabalham 4 meses para pagar as abusivas mordomias que os próprios legisladores editaram para uso da corporação (que evoluiu para a “gangue da caneta maldita”). Só em Brasília, o custo das estruturas montadas na esplanada passa de R$ 2,5 BI por ano.
E o povo anestesiado pelas esfregações que acontecem nas camas do Big Besta Brasil e das novelas sem mensagens éticas que se multiplicam nas emissoras de tv, não se dá conta do quanto a manutenção deste antro apodrecido é lesiva ao futuro de seus herdeiros. Estes, envolvidos pela falta de oportunidade de trabalho e pela abundância de drogas (já entregam encomendas a domicílio), dentro de 10 ou 20 anos não saberão pronunciar a palavra “direitos”. Quanto mais soletra-la!
Os raros elementos de boa índole que habitam as luxuosas instalações onde outrora já tivemos nomes de alta qualidade moral deveriam demonstrar a vergonha que sentem em serem liderados por figuras que concordam com as “medidas secretas” que engordam suas contas bancárias à custa do sacrifício popular, que abre mão de escolas, clínicas, habitações, empregos e segurança. Mas preferem o silêncio temendo represálias que prejudiquem suas carreiras políticas.
A desfaçatez dos envolvidos em dizer que de “nada sabiam” sobre parentes empregados, auxílios depositados em suas contas ao longo dos anos e “comissões” em contratos lesivos, surpreende até os humoristas que nos divertem semanalmente. E tem coragem de dizer que “dedicaram” mais de 50 anos a favor da nação! Como mamaram, hein!
Para um povo que se acomodou e formadores de opinião que se acovardaram (ou foram “presenteados”), esta desculpa já é suficiente para “acreditar” que tudo não passou de um mal entendido com o único objetivo em denegrir a pomposa “casa” (de prostituição moral).
O cenário não vai mudar nos próximos 100 anos pelos seguintes motivos:
- o povo pobre não tem consciência do quanto é espoliado para protestar com organização. Acostumou-se a rastejar na lama sob as botas de seus algozes e se satisfaz quando encontra restos de caviar nas latas de lixo;
- a imprensa imprensada logo vai trocar as manchetes da 1ª. página por gols da seleção de futebol para não perder polpudos patrocínios de empresas que financiam este caos moral;
- a “justiça” está de olhos bem vendados e com a balança repleta de moedas;
- a religião (qualquer que seja) tornou-se ramo comercial – cobram por qualquer ato religioso. Quantos mais desesperados, melhor para iludi-los e encher a “sacolinha”.
- as classes A, B e C, que possuem meios para sobreviver apesar das pequenas perdas, só reúnem mais de 500 manifestantes se for para fechar uma rua e comemorar a vitória de seleção nacional em qualquer esporte;
- os escalões militares superiores estão com bons salários;
- as entidades civis que possuíam credibilidade já estão “dominadas”;
- os patriotas remanescentes já passaram dos setenta anos;
- os novos heróis nacionais são os chefes de organizações criminosas e as musas desnudas;
- a juventude drogada esgota sua habilidade mental nos jogos eletrônicos.
Haroldo P. Barboza – Andaraí / RJ
Matemática (infantil) e Informática (adultos)
Autor do livro: Brinque e cresça feliz!
Nossa sociedade é um colosso. Sobrevive no fundo do poço.