ENTRE AMAR E MORRER VENHA O DIABO E ESCOLHA
Vivo o silêncio
do significado que dou à paixão,
é um silêncio de desgosto,
um lume que em mais ninguém arde,
é cinza que mata os suspiros
que nunca foram vivos.
Os verbos
que me fazem crer no amor
são frutos que apodrecem
num átrio vazio de fantasias
empoleiradas em vontades
que só eu sinto,
que só eu masturbo a mente.
Amo o amor que não existe,
mas a morte existe,
estarei eu morto ou não existo?
Entre amar e morrer
venha o Diabo e escolha
nesta cruz de desejo
que carrego sozinho,
a morte é solidão.
Amar é um calvário
aplaudido por dor,
a morte é dor.
Por amar
já senti sensações de perda,
a morte é perder.