SeNtEnÇa!!!
Foi por te amar imenso...
...que não existo em mim mesmo.
Foi por querer teu gosto, teu corpo e tua loucura...
...que rasguei minhas vestes e me vesti de sombra do medo.
Foi mendigando as migalhas do vazio...
...que saltei do abismo irrevogavelmente íntimo.
Foi o desejo triste de fecilidade chamejante...
...que me levou à sarjeta imunda do inconsciente
Foi pintando meu rosto com as cores do arco-íris...
...que exorcisei o fantasma sorridente do meu espelho.
Foi pelo vento...
...que, outrora, deitei minha alma numa lápide fria e nua.
Foi pelo choro...
...que invadi o casarão sombrio na noite indesejada.
Foi a dor...
...que me acompanhou pelas ruas à procura do já descoberto.
O improvável...
...que inundou o rio de reluzes que ofuscava minhas margens.
Máscara...
...que me sorria o punhal de gozo penetrando meu peito calado.
Foi sim...
...o não disfarçado, o não incoberto, o não dito.
Calem vossos olhares que pertubam o réu! O réu confesso! O réu... Culpado sois, óh infeliz delituoso. Suas lágrimas, pura insanidade comovente que não deleitam suas carícias inocentes em quem sempre jamais atingiram.
Condeno-te.
Grades de solidão te acompanham no resto de tua permanência térrea. O teu crime cometido contamina-lhe a carne, a face maldita de ânsia pagã. Como fruto proibido, pecastes em vão. E teu castigo, óh ser medilcre, é terminar tua singela existência assim, em plenitude ausente. Sofra o silêncio de não ser ouvido. E conforma-te, pois repousarás em breve nos braços daquela que te espera em verdade. O teu destino preparado.
......................................Execução............................................