FERAS FERIDAS
Tua máscara pueril e inacabada
Molda teu rosto meio transfigurado
Ao atuar em palcos bem montados
Onde representas mal o teu enredo
Querias mesmo era usar meu amor,
Para tanto abusaste dos teus encantos
Pisando chula sobre o meu orgulho
Para depois tentar destratar-me
Como se fora um reles maltrapilho
No abandono não pensaste em mim
Do início, meio ou sequer no fim
Aqui e agora tento narrar essa história
Das mais esdrúxulas, vis e inglórias
Cai-me sobre os pés a tua infâmia
Ferindo a ti mesmo pela blasfêmia
Que cultivastes com a tua insânia
Eu, refeita, continuo viril e orgulhosa
Cônscia do meu real valor na estrada
Digo-te: Afasta-te da minha presença
Não quero mais essa tua maledicência
Teus pés não servem para pisar meus passos
Que são dignos, firmes, honestos nos traços
Portanto não me busque mais nesse pedaço
Siga o teu rumo que o meu eu mesmo faço.
Dueto: Roberta Teperino e Hildebrando Menezes
Nota: Inspirado in “Amores Etéreos” p.47