Luz de Granada e A vida é bela (e trágica)
Parte I
Havia algo estranho naquele céu
Aviões de guerra sobrevoando a velha praça
Estrelas ofuscadas pela fumaça
Desordem e gritos nas ruas nuas
E tinha fogo já queimando a água
Se ouvia tiros ao passar dos tanques
Na penumbra escura, uma execução
E a claridade fria fazia suas vitimas
Ao estouro da bala que não é de festim
Corpos no chão, e a guerra ja não tem mais fim
Parte II
Brilhou a estrela escura num céu sem cor
Vieram os Generais que sabiam da guerra mais do que da paz
Sabia todas maneiras de se preservar um fuzil
Mas se dessem uma rosa em suas mãos era capaz de morrer
Ao brilho de um sorriso, preferia o das bombas
Então no silencio de uma guerra
Levantou ferida a criança,
Com a esperança doída dentro dos olhos
As palavras sofridas saindo da boca
"deixem vir as maquinas, que eu lhes ofereço uma flor"
E nas esquinas do mundo, nos ouvidos surdos
Os loucos, poetas e as crianças gritavam
Letras de paz nas camisetas, nos muros
Mas os olhos da guerra, não conseguem enxergar
Somente uma nova tatica, um novo plano. Uma nova arma
Parte III
Eram tiros, e não poemas
Mortes, e não vidas
Ódio, e não amor
Escuro, e não luz
Chuva, sem sol
Era na verdade, um arco-iris preto e branco
Um palhaço na estrada, e um circo no escuro
O que para sorte dos azarados, era boa noticia,
era que naquela noite, havia luz, luz de granadas
Parte IV
Hoje a noite é iluminada pela luz de uma granada
As crianças correm, para cima e pra baixo
A mãe chora, o pai se desespera
E o mendigo apenas ri, enquanto morre
A morte chega, a guerra avança
Hitler num cavalo negro, a morte ao seu lado
Todos os ditadores tem o mesmo destino
E as crianças, inocentes anjos, também