SOLIDÂO
a aura que me envolve, neste escura manhã
lembra o fascínio da luz de teu olhar
o vento gelado corta as veias
como a querer roubar-me a vida
meu coração, ilha solitária
cercado por rochedo de mágoas
sigo vagando e divagando
qual cão vadio
querendo descobrir o outro lado da lua
se não sei, o que se passa na rua
ânsia incontida
prazer, pecado que embriaga
alcool , alivio dos fracos
palavra, inimiga de quem foge
ilusão, paraíso dos sonhos
tremo e sorrio com escárnio
sigo, avançando, para trás
recuo no submundo d”alma
amargo fel na boca
trevas me engolem
na incerteza eu grito
o torpor deste amanhecer
gera fantasmas e espectros
a noite povoada por mil pesadelos
onde dormir, é verbo maldito
aguardo, angustiado, o fim!