Outono

Como as árvores desfolham no outono

Assim,destruíram-se nossos sonhos

Inocentemente alucinada

Fui embriagada com suas palavras

Doces fábulas

Jamais olvidadas

Proporcionando-me,maior suplício

Você era então

Um fariseu eloquente

Tudo que desejavas

Era sentir-se imponente

Presa no exílio de teu esquecimento

Nem o límpido céu

Pôde trazer luz

Para a escuridão do meu ser

Pois o seu sol

Havia me cegado os olhos

E assim

Fui seguindo a minha sina

Na ânsia de liberdade

Esvoaçei por céus mais elevados

Mas quanto mais fugia de ti

Mais perto de ti eu estava

E de súbito

Em minhas noites mais agitadas

Teu rosto,sempre me visitava

Impávido,sereno

Ao me ver febril

Iundada em desgostos

Hoje tu é anônimo

Pequeno

Mas em nenhum insatante

Deixaste de fulgir

Em meus mais tristes momentos

Tenho o céu por testemunha

E às vezes chego até mesmo a ouvir

As estrêlas evocando teu nome

Ou senão

Foi eu mesma

Que não pude ouvir o que eu dizia

Ou apenas

Não quis ouvir seu nome

Pelo menos depois

De caída todas as folhas

Depois do outono.

Vastí
Enviado por Vastí em 24/05/2009
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