Outono
Como as árvores desfolham no outono
Assim,destruíram-se nossos sonhos
Inocentemente alucinada
Fui embriagada com suas palavras
Doces fábulas
Jamais olvidadas
Proporcionando-me,maior suplício
Você era então
Um fariseu eloquente
Tudo que desejavas
Era sentir-se imponente
Presa no exílio de teu esquecimento
Nem o límpido céu
Pôde trazer luz
Para a escuridão do meu ser
Pois o seu sol
Havia me cegado os olhos
E assim
Fui seguindo a minha sina
Na ânsia de liberdade
Esvoaçei por céus mais elevados
Mas quanto mais fugia de ti
Mais perto de ti eu estava
E de súbito
Em minhas noites mais agitadas
Teu rosto,sempre me visitava
Impávido,sereno
Ao me ver febril
Iundada em desgostos
Hoje tu é anônimo
Pequeno
Mas em nenhum insatante
Deixaste de fulgir
Em meus mais tristes momentos
Tenho o céu por testemunha
E às vezes chego até mesmo a ouvir
As estrêlas evocando teu nome
Ou senão
Foi eu mesma
Que não pude ouvir o que eu dizia
Ou apenas
Não quis ouvir seu nome
Pelo menos depois
De caída todas as folhas
Depois do outono.