CRIANÇA ABANDONADA

Tão só e sente medo,

infeliz e sem amor.

O seu corpo fede sujo e frio,

A sua alma geme inconformada.

São os filhos da mãe-solidão:

Sem ternura

beijos,

teto

afagos.

Sem aconchego,

inconsoladas.

São olhinhos medrosos na noite

E mãozinhas sujas ao léu

São boquinhas que não sabem rezar nem perdoar.

Só não respeitam porque não são respeitadas.

E nem amam por não serem amadas.

São donas das ruas e das estrelas,

vítimas do medo:

acuadas.

Ela é uma criança abandonada

Tão sozinha, infeliz...

E sem amor.