HOJE DIGO ADEUS
HOJE DIGO ADEUS
Jorge Linhaça
Hoje digo adeus! Cerro as portas do meu estro,
E deixo que se afogue no mar salgado...
Vou renascer em outro lugar?!
Quem sabe?!
Deixo gravadas na areia as marcas de minhas reticências
Sequer notarás a minha ausência
E se notares...nem hás de ligar.
Parto sem dores, sem dores do parto,
Findo é meu ato ...Fechem-se as cortinas!
Nas minhas retinas o brilho opaco
Daquele farol há muito esquecido.
Sou vulto que some dobrando a esquina
Fui semeador, searas plantei...
Bem sei as dores que sempre colhi
E se no plantio algo bom eu deixei...
Pega nos frutos, deixei-os pra ti.
Se forem amargos, perdoa-me, amigo,
Foi o terreno e a sua acidez
Regado de lágrimas , mas eu te digo
Entre os frutos, há os doces, talvez
Perdoa-me se deixo inacabadas
As obras que quis, por certo, engendrar
Mas ante a ação das águas salgadas
Cansei-me de tanto e tanto as pintar
Se queres prossegue, dê nova pintura,
Cobre as pilastras com nova demão
Somente mantenhas no peito a ternura
Seca tuas lágrimas no porto da solidão
E a ti que esperaste tanto este dia...
Ah, pobre alma, cega de dores,
Podes cantar a tua alegria,
Podes gritar a tua primazia,
Pois parto em paz , não guardo rancores.
Adeus borboletas, há tantos jardins...
Voai pelo mundo em linda aquarela
E se um dia tiveres saudades de mim
Podes vir e pousar...na minha janela.
****
Arandu, 16 de maio de 2009
HOJE DIGO ADEUS
Jorge Linhaça
Hoje digo adeus! Cerro as portas do meu estro,
E deixo que se afogue no mar salgado...
Vou renascer em outro lugar?!
Quem sabe?!
Deixo gravadas na areia as marcas de minhas reticências
Sequer notarás a minha ausência
E se notares...nem hás de ligar.
Parto sem dores, sem dores do parto,
Findo é meu ato ...Fechem-se as cortinas!
Nas minhas retinas o brilho opaco
Daquele farol há muito esquecido.
Sou vulto que some dobrando a esquina
Fui semeador, searas plantei...
Bem sei as dores que sempre colhi
E se no plantio algo bom eu deixei...
Pega nos frutos, deixei-os pra ti.
Se forem amargos, perdoa-me, amigo,
Foi o terreno e a sua acidez
Regado de lágrimas , mas eu te digo
Entre os frutos, há os doces, talvez
Perdoa-me se deixo inacabadas
As obras que quis, por certo, engendrar
Mas ante a ação das águas salgadas
Cansei-me de tanto e tanto as pintar
Se queres prossegue, dê nova pintura,
Cobre as pilastras com nova demão
Somente mantenhas no peito a ternura
Seca tuas lágrimas no porto da solidão
E a ti que esperaste tanto este dia...
Ah, pobre alma, cega de dores,
Podes cantar a tua alegria,
Podes gritar a tua primazia,
Pois parto em paz , não guardo rancores.
Adeus borboletas, há tantos jardins...
Voai pelo mundo em linda aquarela
E se um dia tiveres saudades de mim
Podes vir e pousar...na minha janela.
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Arandu, 16 de maio de 2009