Dias intermináveis
Dias intermináveis fizeram desaparecer aos poucos as areias do meu tempo.
Já não basta contar os dias,
As horas são dias mascaradas de beijos apalavrados.
Juramentos.
Nessas promessas revivo os gumes do instante em que foste embora.
Largaste sua amada e atiraste-te num novo conflito.
Recordo-me de um último olhar debaixo daquele dia inebriante,
Daquela Páscoa que rasteja no chão frio do meu pensamento.
Recordo-me da mensagem que deixaste
Antes de partires para não mais voltar.
Possuiria esperança
Se o céu não fosse negro de escuridão e esta urbe vazia,
Se o rolar dos dados da sorte não tivesse perdido o brilho,
Se esta masmorra não se tornasse mais sombria a cada noite.
Eu necessito de ti
Voltas para mim?