EU, POETA MORTA

Insensível aos corações endurecidos

Eu poeta, escrevia meus amores e saudades

Não importando-me se iriam ler as anotações

Das tantas dores confessas em miríades

Vivia os meus dias sempre a sonhar com o encantado

Criando intimidades com a lua, o sol, e os passarinhos

Vestia-me de chuva, vento, brisa e orvalhos

Até que junto a estes construia o meu ninho

Mas eis que certo dia meu amado foi-se embora

Levando consigo a minha fonte de inspiração

Deixando-me na solidão, sem alegria nem esperanças

E quando hoje perguntam-me pelo destino dos meus versos

Respondo, com convicção, que eles estão com o meu amor

Enquanto dele, sequer, sei o roteiro das andanças!

Laura Limeira
Enviado por Laura Limeira em 19/05/2006
Código do texto: T159126