Origem de meu mal
à senhora dos pesadelos
Teci um traje de fios de esperança
Por ver-me nu do amor que almejo.
Ai, senhora! Que corroa-lhe o pejo
Por não ver minha santa temperança.
Olha, serpe! Veja quão atilado
Sou, que desejo o fruto do seu ventre.
Abra a porta, permita que eu entre
E prove que sou mancebo honrado.
Mas não! Você sabe que eu estou certo
Mas não aceita, na realidade.
Seu medo a faz distorcer a verdade
E a solução é não ter-me por perto.
Eu sinto que você está perdida
Nas decisões que deve tomar.
Esquece-se que um dia soube amar,
Esquece-se do sentido da vida.
Mas deixa! Pois o sândalo perfuma
O machado que tenta derrubá-lo.
Sou rocha, e como rocha não me abalo.
As ofensas desfazem-se qual bruma.
...Mas a culpa de todo o sofrimento é sua...