É a morte...

O senhor anda lento

No seu lento andar

À noite dorme pouco

Passa o dia a cochilar

A sua sabedoria

Ninguém mais

Vem consultar

Ninguém exige

Nada do senhor

De que adianta

Então saber tanto

Se não há

Com quem dividir

Todo esse saber

É duro não ser mais

Indispensável

É duro não ser mais

Consultado

Sobre o certo ou errado

É duro não ser mais

Requisitado

Não ser cobrado

É duro não sentirem sua falta

Quando você não está na sala

É duro ninguém saber

O quanto você sabe

E o quanto seria útil

Se deixassem sê-lo

A vida segue seu curso

E a única certeza

É a morte

ABittar

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