Máscaras
Durmo tarde,
Invento tempo,
Situações, estórias extras,
Certos casos que me sobram,
Que ajeito entre as lacunas
Lacanianas, Jungianas
De análises não feitas;
Que se explodem em versos soltos,
Versos feios, versos pobres
Livres corvos pelo ar.
Dou risadas pelos cantos
Escondidos das tabernas,
Dos bordéis da insanidade.
Ponho máscaras de alegria
Sobre o rosto castigado
Pelas mortas ilusões.
Me embriago em coca-cola,
Decolando na imanência
Do normal da vida comum.
Dessa vez invento lágrimas
Já que tempo não da mais,
Nem histórias desejadas
De se ouvir e de contar.
E das lágrimas, versos outros,
Versos tristes, versos nobres
Que a verdade há de ditar.
Willian Mota Melo