Máscaras

Durmo tarde,

Invento tempo,

Situações, estórias extras,

Certos casos que me sobram,

Que ajeito entre as lacunas

Lacanianas, Jungianas

De análises não feitas;

Que se explodem em versos soltos,

Versos feios, versos pobres

Livres corvos pelo ar.

Dou risadas pelos cantos

Escondidos das tabernas,

Dos bordéis da insanidade.

Ponho máscaras de alegria

Sobre o rosto castigado

Pelas mortas ilusões.

Me embriago em coca-cola,

Decolando na imanência

Do normal da vida comum.

Dessa vez invento lágrimas

Já que tempo não da mais,

Nem histórias desejadas

De se ouvir e de contar.

E das lágrimas, versos outros,

Versos tristes, versos nobres

Que a verdade há de ditar.

Willian Mota Melo

Willian Mota Melo
Enviado por Willian Mota Melo em 10/05/2009
Código do texto: T1586908