O TEMPO

Para ti, que olhas para o passado com demasiada insistência, esquecendo que é no futuro

Que está a nossa real subsistência.

O TEMPO

(versão dois)

Nunca volta para trás

Ele é

Decisão

Em evolução

Determinante

E por isso

Rara é a vez

Que nos trás paz

O tempo

Que perdemos a discutir

Em coisas absurdas

Energias estupidamente gastas

Vórtice de perdidas ternuras

Caminho sem destino

Porque sempre temos algo

Para onde ir

O tempo

Que passou

Sem que tivéssemos dado por isso

Gastámos uma vida

Não temos mas seis

No mais puro desperdício

O tempo

Devotado

A dizer que te amava

Religião sem crentes

Pois deu-me a sensação

Que algo se passava

E talvez tenha passado

Eras o meu sol

Minha lua

Na ilusão

De que me julgava tua

Presente, futuro

Mas demasiado passado

Onde me enganei no português

Escrevendo em pretérito imperfeito

Aprendi a lição

Escrevo noutro Tempo

Embora o lamente

Pois o que está feito, está feito…

Poema protegido pelos Direitos do Autor