TARDES DE ESPERA

Numa tarde de longa espera
triste tarde da recordação,
a lembrança de triste era
foi no início daquele verão.

Toda a alegria que trouxera
foi me tirando da solidão,
belas tardes de primavera
foram ensaios da desilusão.

Tão pouco tempo que tivera
frequentando o meu coração,
meu corpo ainda acelera
ao me lembrar tanta emoção.

Mas tudo aquilo que quisera
ouvir da bonita Assunção,
se nada de mal lhe fizera
pedi um sim, ela disse não.

Mas que desespero nos gera
ao ver a tamanha escuridão,
ao recordar o que dissera
quando estava na estação.

Lágrimas, que o corpo libera
com as palavras de comoção,
somos jogados na cratera
e abandonados na imensidão.

Mas o destino não considera
os nossos sonhos de união,
quando sentimos na esfera
entre cobertas e o colchão.

Mas na vida a gente atolera
esperando por um novo clarão,
outro alguém que nos venera
pronto, para outra ilusão.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 30/04/2009
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