O POETA E O MAR


Com a viola sobre o peito

Caindo em lagrimas desfeito

Sentado a beira de um mar

Comecei então a pensar.

 

Queria cantar as magoas

Olhando aquelas águas

Tão profundas e assustadoras

Mas nada acolhedoras.

 

O mar com olhar risonho

Disse-me num ar de escarninho

De tempo eu não disponho

Para ouvir o dedilhar de teu pinho.

 

Tenho entre as brunas meus amores

Tenho recebidos muitas flores

Dos meus distantes admiradores

E para os peixes vóis são aborrecedores.

 

Vendo então no meu sonho a desilusão

Sai de lá cabisbaixo e amargurado

Tentei muito aliviar meu coração

Mas não encontrei o lugar apropriado.

 

Tendo as canções mais lindas

Querendo com alguém dividir

Mas tenho que guardá-las, ainda

Não é hora de eu repartir.

 

 

 

ANGELICA ARANTES
Enviado por ANGELICA ARANTES em 30/04/2009
Código do texto: T1567876
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