DESERTOS

Já não falo, calo

Minha alma para, fala

Já não ouço minha voz

Envolve o corpo minha alma

Jão não sinto o meu corpo

Sinto o destino atroz

Meu retrato, a injustiça

O meu mundo marginal

Meu projeto, o meu mundo

Minha dor, vida real

Minha voz e o seu eco

Ouço longe na planície

Nas áridas paisagens de amor

Nos autômatos da superfície.