UM PESO
Se o céu da esperança,
voltasse a brilhar eu o veria.
Clareando a estrela perdida,
E o negrume, em luz se faria,
Sem as vãs e intempestivas,
atitudes, o que impediam,
de ter a prosperidade,
meu Deus, que eu tive um dia.
Dou meus passos fracassados,
abusei do mal que me consome.
Tive tanta luz. Hoje vagalumes,
não clareiam as letras do meu nome.
Perdido no lôdo do infortúnio.
Onde nada permite que eu o retome.
cadeado com chave desaparecida,
do verdadeiro chaveiro dos homens.
Nem migrando de condenado a egresso,
ou passando da noite para o clarão.
Não há brilho que me dê luz,
pois estou preso a escuridão.
Enxergando próximo o fim,
sem acalanto, sem perdão.
Sem a quem dizer adeus,
com um vazio na imensidão.
Me vejo chorando pela morte,
da minha mãezinha querida.
A quem dei dores e aborrecimentos,
e muito desgosto na vida.
Mau filho, rei da desonra,
tornei sua existência sofrida.
E entregue à propria sorte,
Deixei por anos esquecida.
Mas foi no trecho o desfecho,
que arrasou minha sina.
Onde a senda criminosa,
ao lado perverso domina.
De sorte que fui evitado,
sociedade me abomina.
Afastado por um abismo,
só conheci a ruína.
Ah! se o céu da esperança,
brilhasse, eu me arrependeria.
E do meu pálido semblante senil,
um fraco sorriso se veria.
ao poder deitar em doce relva.
Junto a um rio de água fria,
e reviver a infância distante,
que eu vivi feliz um dia.
Na suave calma dos mansos,
na paz que só traz alegria.