Secam-se as lágrimas...

Riso farto já não tenho,

Nem mesmo sei se sorrio!

O nó que o peito encilha

Soltado de onde venho

Esmaga do nada o vazio

E à esperança acaudilha.

Altiva se posta a impiedade

Mão impostora do adeus...

E do amor que acolá ficou,

Fundeado c’a nau da saudade,

Sob a poita de laços ateus,

No mar q’o descaso singrou.

Rir já não rio, portanto,

Mercê de indesejado silício...

Na aguada do verão que espero

Não mais chorarei meu pranto

Nem mais tomar-me há o vício;

Hei de versejar como quero!