Poema

Ah!... Meu poema tão decantado
entre flores,
onde lábios, em sussurros, emitiam sons.
Ah!... Meu poema colorido,
de azul tão infinito,
falou de fuga
para algures desertos.
Meu poema, feito de momentos incertos,
de soluços tímidos, perdidos no espaço.
Ah!... Tristes rabiscos, mistura de traços,
passa no tempo
do momento passado,
arrastando saudade.
Meu poema entre flores, lábios entreabertos,
meu motivo de vida.
Somos um só;
eu, deito-me sobre minha própria sombra
estendida no pó,
debruçado nos restos do poema que foi tão decantado.