Paisagem na alma
Na lente do coração
vi a paisagem de minh’alma
Lago trêmulo com folhas secas de encanto
Ventania a balançar galhos de ilusões
Ave voando sem rumo, sem destino
Caminhos trilhados, perdidos
Emaranhado de sonhos, fantasias
Árvore frondosa feito pó
Num sopro impiedoso, em nuvens cinzentas
Jogado entre a fumaça
Do fogo estraçalhado
Contido por águas feito cachoeira
A lente ficou embaçada
Pelas lágrimas que derramei
Já não havia mais lua, sol, fogo
Nem mesmo a fumaça
Apenas um deserto habitado em mim.