IMITAÇÃO DE UM QUASE SONETO PSICODÉLICO

O cérebro anseia, engendra ideias

As ideias erigem as mentosféricas alvenarias da palavra

A palavra, na forma de oração absoluta, composta,

Amada cria cálida da galáxia sintática,

Quer ser escrita e virar a perpétua trova reverberada.

O corpo almeja-se fundir ao cansaço:

A mente que açaima o viço do obstáculo

Sonha gravitar pela órbita

Onde habita o insone lírico perpasso.

Deleito-me com a refulgência que urina em cima da verve puritana, avara

Testemunho a decência que cede ao escárnio

A política é um grandiloquente panegírico ao parasítico e vampírico Teatro.

E esta poesia de hemorróidas, de placebo, de chacina da alegria

E esta chaga chapada, pustulenta na qual a dor nunca definha

E esta coriza que não cessa de verter-me das congestionadas narinas...

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

JESSÉ BARBOSA
Enviado por JESSÉ BARBOSA em 06/04/2009
Reeditado em 03/06/2010
Código do texto: T1525174
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