DESENCANTO
E porque um dia eu nasci,
assim fui vivendo ... vivi.
Acreditei na vida, em tudo,
em mim, em ti e, contudo,
vendo avultar as mentiras
- a apologia do vil, do Mal,
tenho receio das maldades
da verdade tenho saudade.
Eu perdi a fé, a esperança
que tinha quando criança
e me tornei um fantoche.
Senti a dor nas entranhas,
o laço dum infame garrote
sufocando a sensibilidade,
o meu espírito em conflito,
açoite a queimar... archote.
Ah, perdi minha confiança
no ser humano... insanos
que hoje invertem valores
endeusam apenas os tolos,
(os falsos e a mediocridade)
na estupidez do superficial -
achando que tudo é sorriso,
e é válida qualquer emoção.
São os que vão aos pântanos,
descem ao limbo e ao chão
vivendo em eterna confusão
a se esquecer da divindade:
- Essa LUZ que vem do Alto
ofertando consolo, paz, pão,
e que toma a alma de assalto
a pedir-nos apenas Evolução!
***
Silvia Regina Costa Lima
5 de abril de 2009
Presente de amigos
Gil
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.