Dilacerar - Castigo-me... Castigo-te...

Hoje me veio a fúria, tamanha a me castigar

Impossível, tentes, não há como dominar

Hoje eu cerro os dentes, cravo as unhas, arranco-te o coração

empunho a espada, corto o ar, cavalgo sem direção

Hoje as garras saltam-me as mãos

hoje não há pena, não há perdão

rasgo-te a pele, tua carne a dilacerar

meu ódio crescente, corto-te a garganta, sufoco teu ar

E num átimo, teu último suspiro respiro

Satisfeita, saio a caminhar

Não há som, não há resignação

só o silêncio, torpor e minha satisfação.

Quebro-te, parto-me, parto-te, parto eu

Viro o rosto, as costas, a sombra, o ser

Hoje sou absoluta, reino eu, o que foi teu

Parto, com meu retrato rasgado, retalhos, reter.

Adriana A Bruno
Enviado por Adriana A Bruno em 30/03/2009
Código do texto: T1514527
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