A PARTIDA
Como neve, frio era o teu olhar
Quando dizias que ias partir.
Tua vontade parecia tanta!
Soava-me como um bradar de ondas
Nas íngremes encostas do meu peito.
Desconhecias os presentes estrelados,
Negavas as pérolas que guardei para ti...
As noites insones, pedindo um horizonte de luz
Onde realizassem- se todas as vontades
E, nesta sonata de desejos,
Vi entre as névoas do sobrolho
Que te foste de mim...
E olhastes para trás...
Apenas essa triste lembrança ficou:
A visão dos teus olhos reticentes...
D'onde uma lágrima hesitou, e caiu...
Serpenteando pelas maçãs do teu rosto.
Daniel Amaral
28/05/2007