Não ser amada...

Amar tanto e não ser amada, desesperada,

Quanta dor! Bem maior que uma pancada,

Uma cilada que a vida prega, sem pensar em nada,

Desprezada! Será que dor do amor, não vale nada?

Amar é uma estrada, buracos fundos, profundos,

Dor do amor, um pavor, maior que o mundo,

Num segundo, o chão some, o coração consome,

É um tormento, sem acalento, sem nome.

Sem nome, porque some covardemente,

Certamente, acidente pessoal inconseqüente,

Vá sem volta, sem caráter, atitude que revolta,

Indecente, nunca fala a verdade, sempre mente.

Esqueça-me, desapareça, ninguém merece tal,

Cresça! Assuma seu lado cruel e fatal,

O mundo dá muitas voltas, outras sem volta,

Ser humano em decadência, resultado mortal.

Marisa de Medeiros