Rosa Negra
No meu portão tem um cadeado de ferro
Assim como no meu coração.
O meu castelo e cercado de aço retorcido
E aqui príncipe algum virá para me salvar.
Houve um tempo que acreditava.
Acreditava que o amor pudesse me dar a mão.
Mas isso tudo foi um sonho tolo
Algo efêmero.
O punhal da mentira perfurou meu peito
E hoje ele verte sangue preto.
A ferida nunca cicatrizou.
A luz dos meus olhos se apagou
Somente a frieza neles restou.
Caminho pelas madrugadas
Sou dona de muitas estradas
Mas não tenho morada.
No romper da aurora solto minha gargalhada
E hora de voltar para o velho castelo
De paredes frias.
Todo o meu ser arruinado
Pelo simples fato de ter amado.
No meu jardim colho ramo de espinhos
A única rosa sou eu.
Rosa Negra ressequida.
E no meu ser o amor não faz morada.