A NOITE
À noite quando em densas nuvens se desmancha
E no espaço uma densa nuvem adormece
Eu sinto em meu lar uma presença estranha
Que me faz despertar, mas ela se desvanece.
Olhando a janela os ares sondando
Vejo o vento às folhas balançarem
Percebo que eu estivera sonhando
Nada vejo para meus olhos alcançarem.
E a noite silenciosa prossegue
Ficando nela um grande vazio
A saudade que sempre me persegue
Faz-me sentir solidão noites a fio.
De repente sou desperta por um grito
Destes meus pensamentos a vagar
Era uma voz humana acredito
Que pelo meu nome estava a chamar.
Fico quieta tentando escutar
Para não ser mais uma ilusão
Ouço novamente me chamar
Mas não era ninguém era o meu coração.
Ai de mim! Castiga-me a triste solidão
Fazendo até que eu tenha ilusões
Saudade, tristeza, solidão grande vilões
Vivem em minha alma a trazer-me decepção.
Na solidão absoluta desta noite
O consolo para o meu coração é a poesia
Ela minha companheira de pernoite
Ela a minha doce e meiga alegria.