JÁ NÃO SINTO SAUDADE
Não há muito do que ter saudade
as nossas palmeiras devastamos
e restou só a triste realidade:
todos os sabiás já matamos
Feito estúpidos, desmatamos,
jogamos esgotos em nossos rios
florestas inteiras derrubamos
pela ambição foram-se os brios
Das várzeas, onde estão as flores?
Ficaram escuras as estrelas
até do céu borramos as cores
foram-se as matas brasileiras
Só resta lembrar o que já não temos
o silêncio substituiu o gorjear
as aves que nas gaiolas prendemos,
melancólicas, não querem cantar
Límpido outrora o oceano
é agora cemitério de peixes
dizimados por brutos insanos
usando dinamite aos feixes
Homens fazem tudo prá destruir
emporcalham os seus mananciais
viver não é mais razão para sorrir
recordações boas não tenho mais
Da terra que deixei vou esquecer
já não há o exalar dos matagais
o mutismo saúda o amanhecer
matamos aves, plantas, animais
Em pouco, não haverá amanhã
nossos netos de sede morrerão
somos infantis como Peter Pan
nossos sonhos, breve, acabarão
Não há muito do que ter saudade
as nossas palmeiras devastamos
e restou só a triste realidade:
todos os sabiás já matamos
Feito estúpidos, desmatamos,
jogamos esgotos em nossos rios
florestas inteiras derrubamos
pela ambição foram-se os brios
Das várzeas, onde estão as flores?
Ficaram escuras as estrelas
até do céu borramos as cores
foram-se as matas brasileiras
Só resta lembrar o que já não temos
o silêncio substituiu o gorjear
as aves que nas gaiolas prendemos,
melancólicas, não querem cantar
Límpido outrora o oceano
é agora cemitério de peixes
dizimados por brutos insanos
usando dinamite aos feixes
Homens fazem tudo prá destruir
emporcalham os seus mananciais
viver não é mais razão para sorrir
recordações boas não tenho mais
Da terra que deixei vou esquecer
já não há o exalar dos matagais
o mutismo saúda o amanhecer
matamos aves, plantas, animais
Em pouco, não haverá amanhã
nossos netos de sede morrerão
somos infantis como Peter Pan
nossos sonhos, breve, acabarão