INSANO
Sangra a face da memória incauta
E sorve seu veneno o presente trôpego
E só mesmo o tempo tem como terapeuta
Conquanto no futuro esteja o seu apego
Chora o futuro pela atitude do passado
Engendrado no que deveria ou não fazer
Tem em mente todo o passado repassado
Mas ante ao espelho não tem nada a dizer
Sofre os ideais em si circunspectos
E as idéias pelas horas carcomidas
Na velha historia em todos os aspectos
E os momentos das horas destemidas
Cala-se a verdade em meio à hipocrisia
A agiganta-se o antro da mediocridade
A moral hoje é uma casa só e vazia
Onde a honra vê morrer sua liberdade
Morre a ética a cada novo instante
No delírio dessa vã modernidade
Onde o consumo é mais importante
E se perde o conceito de humanidade
LEILSON LEÃO