O seu medo
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Ficar com as lembranças das poesias;
ter-me unicamente como poeta.
Por que a necessidade do consentimento?
Não quero nem devo impedir nada!
Se me tem como intangível ou proibido,
não me peça para ser inspiração!
Não houve ‘apesar’, não houve nada...
Não existe parte de um pedaço, nunca!
Quanta petulância sentir-se no meu mundo!
Meus segredos e valores, o que guardo,
o que me motiva ser ferrenho caçador,
não tem a ver com meu verbete moribundo.
Em se tratando do seu segredo revelado,
o de me amar, amar o poeta em abstração,
reflita sobre seus medos e fugas num segundo,
revisitando o sorriso de criança, de amor pagão.
Que entender do impossível, diz pra mim!
Seria o medo de romper limites, indo até o fim?
Não me mande apenas beijos – venha por inteira!
Você se apaixonou pela concretude derradeira...
Foi por minha abstração que me fiz real demais.
Se há fugas, é um fugir de si mesma, sem destino.
E na insatisfação do seu medo e coisas mais,
perdurarei como sombra viva nos seus gritos de ai!
Fortaleza-CE, 15 de março de 2009.
13h55min
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