VOA, VOA COLIBRI
Jorge Linhaça
06/08/2005
A pobre esperança
Jaz fincada na lança
Nessa louca dança
Desse sonho de criança
Morta a temperança
Da alma que se cansa
Coração que não amansa
Sem fiel da balança
Voa, voa colibri
Voa querendo fugir
Voa pra não sentir
Querendo se iludir
Tola democracia
Cheia de hipocrisia
Veja só a ironia
Da lei da mais valia
Chora povo cansado
Chora o pranto dobrado
Chora o próprio fado
De não ser politizado
Voa, voa colibri
Voa querendo fugir
Voa pra não sentir
Querendo se iludir
Chora a desilusão
Da própria acomodação
De não ser cidadão
De não ter os pés no chão
Chora povo manipulado
Chora o seu próprio pecado
De viver alienado
Nesse estádio lotado
Chora o gol perdido
Chora o pranto sentido
Chora povo aturdido
Chora o pranto merecido
Chora o tempo perdido
Voa, voa colibri
Voa querendo fugir
Voa pra não sentir
Querendo se iludir