Aqui do décimo primeiro andar,
do meu solitário apartamento,
Olho pela vidraça da janela,
Só enxergo mil lamentos.
O vento contorna o meu rosto.
Aumentando o meu tormento.
Lamento por não te conhecer pessoalmente.
Pelos tristes dias passados.
Pelos os abraços que não te dei.
Os beijos por nós não trocados.
Pelas tuas mãos que não toquei.
Pelo rosto não acariciado.
Lamento pela imensa saudade.
Pela amarga distancia.
Por nunca ter feito amor contigo.
Por nunca ter deitado na minha cama.
Por não ter sentido meu travesseiro.
Cheirado meus lençóis e fronhas.
Lamento por não ter me dado flores.
Por não teres recebido de mim.
Por nunca ter entrado no teu carro.
Não ter te visto acenando pra mim.
Por nunca ter escutado a tua voz,
dizendo-me amo-te sim!
Lamento por todos os dias da semana,
que não estiveste ao teu lado.
Lamento até mesmo por não ter sentido,
o cheirinho do teu cigarro.
Por não ter visto o nascer e o por do sol,
bem juntinho do meu lado.
Lamento nunca ter ido contigo,
fazer compras no mercado.
Nunca ter te ajudado a escolher,
teu relógio, tuas roupas e teus sapatos.
Por nunca ter passado um natal contigo,
nem ao menos o teu ou o meu aniversário.
Lamento nunca ter almoçado contigo.
Nunca ter feito contigo uma única refeição.
Por nunca ter preparado teu jantar.
Nem assistido contigo televisão.
De nunca ter repartido contigo,
meus tristes momentos de aflição.
Lamento também meu grande amor,
por não ter contigo viajado.
Não ter conhecido lugares longínquos,
Cachoeiras, praias, montanhas e prados.
No inverno não ter teus fortes braços,
Pra me servirem de agasalho.
Mas lamento profundamente mesmo,
é por não ter tido um filho teu.
Por não poder compartilhar contigo,
tudo que mais desejo e sempre desejarei,
que é ter o teu amor todinho,
e sentir que és somente meu.