PRESSÁGIO

PRESSÁGIO

“Se a fera da solidão vier procurar-me, por favor, diga-lhe que não estou... Se a dor, a angústia também vierem, diga-lhes que não me vistes. Fale que saí em busca da felicidade. Diga-lhes que não desisti de lutar, apenas preciso respirar o ar da liberdade. A lua e as estrelas são as fiéis testemunhas da minha solidão. O relógio acompanha o ritmo descompassado do meu coração. Toda alegria e felicidade ausentaram-se desde o dia que você se foi, .Já não tenho mais lágrimas...Não tenho palavras que possam expressar o tamanho da dor de tê-lo pedido. Já não quero viver se em minha vida você não está. Dói querer-te tanto assim e não tê-lo... Dói ver-te tão longe dos meus olhos e tão perto do meu coração. Meu erro foi amar-te como jamais poderia amá-lo... Hoje vivo de pequenas recordações, do pouco do nosso amor que me restou. A noite está chuvosa...Meus pensamentos vestem-se de saudade e partem a sua procura...Percorro bares, vou a sua casa, grito para os céus seu nome e quando cansada retorno sem esperança, encontro-o repousando dentro do meu ser...Quando cheguei a nossa casa e vi a luz apagada, meu coração disparou!Eu pressentia que algo não estava bem. A casa estava vazia, a cama estava fria... As flores que enfeitavam nossa janela, não mais existiam!Então, percebi que era o fim! Minha única herança foi às marcas desse amor...Volta meu amor... Vem dizer-me que brincavas e que nunca me esqueceu. Vem dizer-me que as flores que se foram, ainda enfeitam o jardim do nosso amor que nunca morreu! Este vento sopra furiosamente em meu rosto... Que desalinha meus cabelos...Que arde meus olhos, anunciam a chegado do inverno é um presságio de sua partida. Posso sentir suas mãos esquivando-se das minhas...Seu olhar perdendo-se além do horizonte, levando-te para tão distante dos meus olhos... Levando-o além do infinito. Meu amor...Eu queria que o sol da paixão nos aquecesse mais uma vez e reacendesse o fogo do nosso amor que um dia nos consumiu. Que dolorosa realidade a minha... Condenada a viver no castelo da solidão que construí, dia após dia... Pedra sobre pedra! Quando aquela porta fechou, tive a certeza que era o fim do nosso amor...Que já não haveria condições de colar o amor que se quebrou... Nossos sonhos estavam espalhados pelo chão... Em que descaminho o nosso amor se perdeu? Quem foi o culpado? Você ou eu? No amor adoecido não existem culpados! Existem sim, vítimas das fatalidades cotidianas, da dor, da ironia, do dia a dia... Quando o sol que arde e me queima não se pôr... Se a lua que ilumina seus passos não mais brilhar, lembre-se que aqui dentro do meu peito essa paixão nunca deixou de incendiar. Que morro cada dia um pouco mais cada vez que constato que você não vai mais voltar. Veja que a lua que um dia resplandeceu o nosso amor ainda brilha lá no céu, mas aqui dentro do meu peito só tem escuridão. Assim sou sem seu amor... Jardim sem flor... Noite sem luar... Sou acompanhada somente pela solidão... Ela aquece meu abandonado coração. Então, vem a pergunta que não quer calar... Seria o amor o mais primitivo de todos os sentimentos? Acho que sim...Pois, quando a terra era sem forma e vazia, eu já te amava e você nem sequer existia!

Darléa zacharias

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Textos retirados do meu livro "drogas o árduo caminho da volta""

Darléa Zacharias
Enviado por Darléa Zacharias em 07/03/2009
Reeditado em 07/03/2009
Código do texto: T1473639
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