Filósofo de pedra

Deixo o tolo do momento

Que utiliza como escudo

O mais torto sentimento

Disfarçando seu murmúrio.

Quando pego põe-se mudo.

Deixo a gente tão vulgar,

Que me cobre de pesar,

Caminhando sobre o mundo.

Deus me livre deste mar

Que não quero estar no fundo.

Deixo o sábio adormecido

Mergulhado na vaidade,

Triste busca de Narciso

Que não muda com a idade

Nem diante d’um abismo.

Deixo a bela esmaecida

Que cultua e apetece

Sua carcaça emagrecida.

E entre os tolos oferece

Sua beleza apodrecida.

Disso sempre vale à pena

Concordar sem medo ter,

Que há gente neste mundo

Sem vergonha de manter

Seu interior i-mundo.

Silvana Bronze
Enviado por Silvana Bronze em 06/03/2009
Código do texto: T1473229
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