Maldito ciume indigente.
Tantas rimas jogadas no lixo
Poesia recitada as paredes
A uma flor mergulhada no capricho
E que só do sucesso tem sede,
Um monólogo entitulado dueto
Eu preciso me por em meu lugar
E acreditar que desprezo não tem jeito
E ir para a relva do campo rimar.
Vou homenagear as pedras do caminho
Sem me importar com a sensibilidade
Tambem farei elogio a espinhos
Porque neles existem verdade.
Vou falar com as aguas que passam
Tendo a certeza que não me escutam
E as lagrimas que os meus olhos embaçam
Por cainho e amor nunca mais discutam.
Vou fazer dueto com a bisa
Pelo menos ela é isenta de medo
Não me deixa de alma indecisa
Invisivel mas não mergulhada em segredo.
Vou escrever poesias no gelo
E já sabendo que não serão lidas
O que adinta tanto carinho e zelo
Para serem espezinhadas e esquecidas,
Gosto muito de falar pessoalmente
Mandar recado nunca foi o meu fraco
Mas é que o maldito ciume indigente
Conseguiu fazer do meu coração esse caco.