Embate
Não quero hoje ver seu rosto
Que o gosto
E as lembranças são amargas.
No coração que virou pedra
Ainda medra
Um triste jardim de chagas.
A lua que brilha no céu
Com um véu
Esconde as lágrimas que derrubei.
Noite! Pobre coitada
Que sabe nada
Da indiferença que conquistei.
Na face, uma expressão triste
Que insiste
Em mostrar-se a quem olhar.
Tristeza que machuca tanto
Que o pranto
Derramado chega a encher o mar.
A paixão massacra o peito e o insulta
Mas a luta
É muito mais nobre que a dor.
Pois veremos se no correr da história
A vitória
Será de seu ódio ou de meu amor.