Asas indomáveis
Uma silhueta sombria
cruza o céu
numa velocidade subsônica
desaparecendo no horizonte...
A única certeza de que um pássaro metálico ali cruzou
é o som que meus ouvidos ainda sentem vibrar...
Assim foi o nosso amor ...
Sorrateiramente, tomou espaço no meu céu
particular,escravizando-me...
E depois,
repentinamente, esfumou.
Deixando apenas o rastro da dor e desamor...
As aeronaves alçam vôos com destinos certos...
Os pássaros migram...
E o nosso amor morre
preso ao pressuposto
porque não tem asas para ganhar altura
e sobreviver...
Em vão procuro uma solução
como o aviador procura escalas para reabastecer
e seguir viagem.
Mas nosso caso não tem mais combustível
que o reabilite,
perdeu todos os componentes.
Não me basta um amor unilateral...
Ao sabor do vento
o balão realiza o sonho do seu navegador,
a aeronave transporta passageiros
de um continente ao outro...
E o nosso amor faz seu último vôo
como grandes suicidas kamikazes...